O Centro de Humanidades II da Universidade Federal do Ceará é palco de ações organizadas por graduandos de História, Letras, Psicologia e Comunicação Social
Estudantes de Psicologia debatem conjuntura política, no dia 8/10 | Foto por: Beatriz Rabelo
FORTALEZA Desde a primeira segunda-feira (8) após o resultado eleitoral do primeiro turno, estudantes do Centro de Humanidades II reúnem-se diariamente para planejar, discutir e organizar espaços de debates em defesa da democracia. Assembleias de curso, aulas públicas e oficinas estão entre as atividades já realizadas pelos graduandos em História, Letras, Psicologia e Comunicação Social.
Devido ao crescente cenário de violência, em que apoiadores do Bolsonaro realizaram mais de 50 ataques motivados por divergências políticas, universitários alertam sobre os riscos da candidatura do general. Para o estudante de Psicologia, Gabriel Silva, o discurso de intolerância e de ódio, assim como o despreparo político e administrativo de Jair Bolsonaro são os principais motivadores desse movimento. “A universidade está se mostrando mais política do que ela já foi. A gente não pode ser neutro diante dessas situações. O que esse candidato propõe é contra a vida das pessoas, então a gente não pode calar. A gente precisa fazer, do nosso percurso universitário, um percurso político”.
Os professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) também estão auxiliando os estudantes nesse processo de resistência. Na quinta-feira (11), por exemplo, a doutora em história, Adelaide Gonçalves propôs um debate sobre “Fascismo e Democracia”, que contou com a presença do professor Newton Albuquerque e que teve mais de 100 participantes.
Na tarde de ontem (16), em aula pública organizada pelo Diretório Acadêmico do curso de Comunicação Social da UFC, as professoras Glícia Pontes e Helena Martins, trataram sobre “Comunicação e Eleições”. O bosque Moreira Campos, concentrou não somente os estudantes de Jornalismo e de Publicidade, mas também muitos passantes do local.
Oficinas
O Programa de Educação Tutorial da Comunicação Social (PETcom) realizou a primeira oficina na quarta-feira (10), quando foram produzidos cartazes para contribuir nas ações de conversas em ruas e em praças de Fortaleza. Posteriormente aconteceram oficinas de colagem, de confecção de blusas e de criação de arte. Hoje, pela manhã, estudantes de Psicologia sentaram-se para produzir Fanzines com material acessível para o público eleitor ainda indeciso quanto ao voto.
“Acho muito importante essas oficinas, porque é um momento que a gente pode estar junto e se conhecer. É um espaço que a gente pode se reunir, trabalhar ideias e, depois daqui, irmos para a rua”, declara a estudante de Psicologia, Maria Natália.