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Anne with an E - 2ª temporada: a originalidade de sempre e emoções como nunca!

Com nova temporada lançada no dia 6 deste mês, Anne with an E estreou com 10 episódios inéditos, repletos de mudanças em seus eixos narrativo e temático. A série, que estreou no ano passado, é baseada no clássico da literatura canadense Anne de Green Gables, da escritora Lucy Maud Montgomery. Anne with an E, que foge da fórmula padrão dos maiores sucessos da grande plataforma de streaming Netflix, conquistou, por meio do encanto e da sensibilidade, uma legião de fãs e telespectadores por todo o mundo. Agora, em 2018, a série legitima sua força novamente, ao tratar de temas mais contemporâneos, mas, nem por isso, menos emocionantes.


Enquanto que, na primeira temporada, a trama se centra na protagonista Anne, cuja intérprete, Amybeth McNulty apresenta performance simplesmente formidável, a nova temporada tira o peso das costas de McNulty e investe em outros personagens e cenários. Apesar disso, a personagem principal ainda segue guiada pela mesma esperança e pelo encantamento que lhe são tão comuns. Certamente, é impossível acompanhar a história de Anne Shirley-Cuthbert sem experimentar um pedaço de cada uma de suas fantasias, expectativas e decepções.


Um aspecto importante em Anne with an E, especialmente nos novos episódios, é a forma como a série trata com leveza e romantismo os problemas sociais do século 19, dos quais alguns se mostram terrivelmente atuais. Dentre os temas abordados pela segunda temporada, estão assuntos relevantes e polêmicos como racismo, homossexualidade, feminismo e desigualdade social, mas também questões igualmente importantes e pautáveis como infância e educação. Nesses casos, a adição dos novos personagens foi essencial para o debate de tais aspectos.


Dentre as mudanças mais importantes, ganhou notoriedade, sem dúvidas, a entrada do ator canadense, Dalmar Abuzeid, no elenco, que interpreta Sebastian, o primeiro personagem negro da série. Na referida temporada, também conhecemos Cole Mackenzie, um colega de classe de Anne que se descobre homossexual e encontra na amiga uma confidente compreensiva e fiel. Não menos importante para a constituição da nova trama de Anne with an E, foi a chegada da nova professora, Senhorita Stacy, que logo revela ser, sem exageros, uma autêntica versão adulta de Anne. À frente de seu tempo, Nancy Stacy veste calças, anda de motocicleta e possui um espírito sonhador. Não é preciso dizer que, para a sociedade da época, a Senhorita Stacy é considerada uma ameaça e é, a princípio, prontamente rejeitada e difamada, tal qual uma certa órfã assim que chegou em Avonlea.


No mais, a série continua com a mesma essência da primeira temporada, e o otimismo e a fantasia se fazem ainda mais presentes. Anne with an E é, sobretudo, uma série que trata sobre valores e a importância de se manter fiel a eles. Certamente, uma lição que nos fica é a que, mesmo para alguém tão tagarela e atrapalhada como Anne, quando se faz algo de bom grado e movido por boas intenções, por mais que os efeitos imediatos fujam do que foi pretendido, o universo sempre nos retribui. Assim, valores como sinceridade e lealdade perpassam toda a narrativa, enfatizando o poder e o mérito que há em reconhecer os próprios erros e corrigi-los, em pedir perdão e, claro, em ser feliz com as pequenas coisas. Quem já gostou da primeira temporada, provavelmente não resistirá à segunda e, quem ainda não assistiu nenhuma, eis aqui a indicação de um programa ideal, não apenas para o público infantil e familiar, mas para todos aqueles que possuem alma e coração.




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