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Terceiro dia IX Sejor aborda consumo de notícias online e perspectivas no jornalismo

Programação da tarde foi pautada pelas discussões sobre política nas redes sociais e mudanças estruturais no jornalismo

Na mesa Jornalismo Político na Rede, realizada nesta quarta-feira (9), estiveram Inácio Aguiar, editor de fechamento do jornal Diário do Nordeste, Abu El Haj, assessor ad roc do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e professor do Programa de Pós-graduação em sociologia na Universidade Federal do Ceará (UFC), e sob a mediação do professor de jornalismo - UFC Riverson Rios. No debate foi ressaltada a função do jornalista como tradutor do processo eleitoral, sendo citados conceitos como “autocomunicação das massas”, do sociólogo Manuel Castells.


Inácio Aguiar pontuou a busca pela verdade e o trabalho em prol do interesse da sociedade como norte para jornalistas, comentando a superficialidade e o reforço a preconceitos que a disseminação de notícias falsas pode trazer. Relatou o intenso fluxo de informações presente nas redações destacando a importância de conhecer as fontes, entender quais os interesses e qual a relevância pública do material recebido.

Comentou, ainda, o fenômeno de popularização dos smartphones entre a parcela menos letrada da sociedade que se torna alvo principal de fake news e que passa a replicar a “informação”, muitas vezes, pelo tom de serviço do conteúdo. Aguiar enfatizou que a qualificação do jornalista deve ser capaz de entender o cenário, citando as eleições americanas, de checar as informações para se adequar às novas linguagens.

(Da esquerda para a direita, Inácio Aguiar, Abu El Haj, e Riverson Rios. Foto: Felipe Mendes)

El Haj comentou a importância de dois fatores na cobertura jornalística: o campo geográfico, e a linha editorial do veículo da publicação. Ele estabelece uma tensão entre uma conduta isenta e os interesses privados. Destaca que na internet há uma maior liberdade maior, contudo, atenta que esse fato também permite a forte circulação de fake news.


Segundo o professor, as especializações no jornalismo, como a política, surgem da demanda popular e que a função contribui para a manutenção da democracia. Acerca das mudanças, diz: “Estamos vendo uma certa reação dos grandes meios de comunicação, eles estão voltando a ocupar um espaço que foi perdido para as redes sociais, você nota um ativismo mais acentuado” observando a qualidade do jornalismo e dos profissionais para além de ideologias.


Perspectivas das coberturas jornalísticas


A mesa Jornalismo Político: Perspectivas, ainda no terceiro dia de programação, contou com a participação de Daniela Nogueira, ombudsman do O Povo, Guálter George editor de política do O Povo, e William Santos, editor assistente do caderno de política do jornal Diário do Nordeste, com a mediação do professor Diógenes Lycarião, jornalismo - UFC. O debate foi iniciado com um questionamento sobre a conquista da “audiência” nas redes sociais que pode fomentar a polarização política atual.

(Da esquerda para a direita, William Santos, Daniela Nogueira, Guálter George, e Diógenes Lycarião. Foto: Felipe Mendes)

Daniela comentou os erros que a imprensa comete ao politizar todos os eventos e fatos e classificá-los como partidários, ou pensar que tudo é isento. Enfatizou que o noticiário não é dissociado do opinativo e que, portanto, não pode haver confusão por parte dos profissionais sobre os gêneros textuais do seu ofício.


Definindo o cenário eleitoral como o mais confuso dos últimos anos, Guálter coloca que é preciso recompreender o fazer jornalismo. “O jornalismo nunca esteve tão vivo e com tantas possibilidades”, relata. A dificuldade, segundo ele, está em adequar e conciliar a rotina de produção de notícias, pois o jornalismo não é gerar likes, mas contribuir para escolhas mais acertadas.


William questionou as diferenças entre a cobertura política da eleitoral, e disse que o processo é todo marcado por escolhas, exigindo cuidado com a seleção das fotos e da abordagem do texto. Ele também mencionou o caso da cobertura sobre o áudio da conversa entre Michel Temer e Joesley Batista, pontuando a emergência do fato e as margens para informações erradas. Relatou ainda que a cobertura precisa ir além do factual, trazendo reflexões e análises sobre o cenário que se desenha.


Semana de Jornalismo

A IX Semana de Jornalismo da UFC (Sejor) com tema Jornalismo Político, e está promovendo análises sobre o cenário eleitoral e a função da imprensa nas decisões que moldam o futuro do país. O estudante do 5º semestre, Daniel Rocha, comenta: “Eu acho que o evento é importante para estudante, principalmente para os que estão no mercado de trabalho que enfrentam dilemas que não são vistos em sala de aula”. Para o discente a mesa abordou questões do cotidiano profissional,como a conduta na ética, o tratamento das informações perante variáveis de linha editorial e polarização do público.

(Foto: Felipe Mendes)

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