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O Campus e a Cidade: violência que é refletida no cotidiano dos alunos


Uma das entradas do Campus do Pici, no bairro Pici, em Fortaleza. Fonte: Reprodução/ Google Maps.

Fortaleza está entre as 50 cidades mais violentas do mundo, segundo o relatório de 2016 da ONG “Seguridad, Justicia y Paz”. Só no primeiro semestre de 2016, foram registrados na capital cearense cerca de 427 homicídios em 116 bairros. Especificamente no bairro Pici, contabilizaram-se 33 ocorrências, entre homicídios e roubos/furtos (SSPDS/CE, 2016). Inserido nesse contexto de insegurança, o campus do Pici — um dos sete campi da Universidade Federal do Ceará — registrou nesse mesmo período 22 crimes, entre assaltos, furtos e uma ocorrência de assédio sexual, segundo dados da Divisão de Vigilância e Segurança (DVS) da UFC, responsável pela segurança do Campus.

Em 2016, atuavam 44 profissionais, realizando rotas de vigilância cotidiana nas portarias e nas repartições do complexo universitário no Pici, que abrange uma área de aproximadamente 233 hectares. Os vigilantes utilizam hoje um sistema de radiofrequência, para facilitar a comunicação entre eles. Existe, ainda, um contato específico para a denúncia de possíveis ocorrências, administrado também pela DVS.

Guarda em serviço no Instituto de Cultura e Arte (ICA) no Campus do Pici. Foto: Catalina Leite.

A crescente sensação de insegurança

Apesar das medidas da Universidade, os alunos relatam que ainda se sentem receosos. "[Me sinto] muito insegura, principalmente de noite", relata Vitória Vieira, estudante do curso de Zootecnia. Embora não tenha vivenciado nenhuma experiência do tipo, Vitória conta que tomou conhecimento a respeito da ocorrência de assaltos no Campus por meio das redes sociais e por relatos de amigos que já foram abordados por assaltantes e tiveram os seus pertences levados. Quando perguntada se tinha conhecimento a respeito do número de contato para emergências, Vitória respondeu que não.

"Eu me sinto seguro aqui dentro do Pici, entretanto uma vez ou outra a gente fica sabendo [dos casos de violência], e isso tem se intensificado muito nos últimos anos. Querendo ou não, quando a gente fica sabendo, a gente também fica com receio", relata Jardel Santiago, estudante de Gestão de Políticas Públicas.

Um dos grupos de discussão nas redes sociais utilizado pelos universitários para alertas de possíveis ocorrências. Fonte: Reprodução/ Facebook.

Possíveis alternativas

Jardel também comentou sobre a importância de debater o assunto da segurança interna com os alunos da instituição, de modo que a resolução do problema seja proposta por alunos, professores e funcionários que vivenciam o cotidiano no Pici. A estudante Laura Lavour, também do curso de Gestão de Políticas Públicas, ressaltou a complexidade do tema, questionando se o aumento do número de vigilantes seria a solução. "Demanda tempo e reflexão sobre isso", disse ela.

Serviço: Para ligar para o UFC SEGURANÇA: (85) 3366 9190 ou para os postos nos campi: Pici: (85) 3366 9562 Benfica: (85) 3366 7631 Porangabuçu: (85) 3366 8258


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