Carpe diem
- Eduarda Porfírio
- 29 de out. de 2017
- 1 min de leitura

Você vem no ônibus, cansado, foi mais um dia complicado. Ninguém sequer se oferece para levar sua bolsa enquanto você está em pé. As costas doem, as pernas e o juízo também. Mas você respira fundo em alívio: logo estarei em casa.
Casa? Como se fosse aliviar mesmo. Gritaria de criança, da vizinha, contas, problemas, como todo mundo tem. E, como todo mundo, tudo que você quer é um lugar pra relaxar, um lugar longe onde você possa sentir paz, de fato. Contudo, as férias… Estão tão longe... E não há muito dinheiro para se investir e ir onde de fato quer ir. O que resta? Você então desce do ônibus na sua parada, respira fundo. Casa. Não vai ser um alívio de fato, mas, pelo menos, um banho acalma os ânimos. De súbito, como se lembrasse do firmamento que está ali, sobre a sua cabeça, você olha o céu entardecer. Vê tamanha beleza. Como pode tantos tons de tão imenso contraste ficarem tão bem juntos? Ah, isso você não quer saber, só quer admirar. De repente, esquece-se tudo, o cansaço já se foi. Parece que sua alma elevou e deixou seu corpo ali. Então você entende qual o real alívio, sorri de lado e entra em casa.
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