top of page

Acessibilidade na UFC mostra avanços, mas ainda demanda melhoras


“Em linhas gerais, a estrutura da universidade é boa. Com algumas exceções, os campus são bem acessíveis para o deficiente. Entretanto, tem muito o que melhorar, principalmente nas regiões Interblocos, onde as dificuldades para se locomover são maiores”. É o que diz Felipe Matias, cadeirante e estudante de Letras Português-Francês na UFC. Segundo o censo feito Secretaria de Acessibilidade da UFC, foi constatado um aumento de 50 para 73 discentes deficientes presentes na universidade entres os anos de 2014 e 2016. Esse é, sem dúvidas, um avanço para os estudantes que precisam de equipamentos especiais para acessar à universidade. Mas ainda há muito a ser feito.

De acordo com a Cartilha de Acessibilidade da UFC, promover acessibilidade significa dar às pessoas com deficiência física/intelectual/sensorial condições de uso dos espaços urbanos, dos serviços de transporte e dos meios de comunicação. Nesse tocante, a instituição possui a Secretaria de Acessibilidade, setor exclusivo para elaborar ações visem à inclusão de deficientes. Desde 2010, o órgão realiza eventos em prol da conscientização sobre o assunto na universidade e na sociedade em geral.

A questão da acessibilidade vai além do estrutural. Segundo Felipe Matias, a raiz do problema reside em grande parte na educação das pessoas. “Nunca aconteceu nada diretamente comigo, mas já vi casos de falta de educação dentro da universidade. Outro dia, vi um carro bloqueando o acesso de uma rampa. O fator educação tá envolvido nessa problemática”, relata.

Durante o ano, a Secretaria costuma realizar dois principais eventos acerca do tema: a Semana de Inclusão e Acessibilidade, que promove palestras e debates sobre temas relativos à inclusão; e o Acessibilidade em Ação, que conta com um teor prático na realização de oficinas e minicursos. Entre a realização deles, ocorre um ciclo de palestras no qual um tema é debatido mensalmente. “São eventos abertos, tanto para a comunidade interna, como externa, em que a gente busca promover cada vez mais a inclusão do deficiente como parte atuante da sociedade” afirma Davi Cândido, pedagogo técnico em assuntos educacionais e membro da Secretaria de Acessibilidade.

A questão do tabu para falar sobre acessibilidade é um entrave no que diz respeito às discussões sobre o assunto. “Não basta reformar espaços físicos, temos que ir além. Muitas vezes quando se fala de acessibilidade, fala-se sobre o assunto como se o deficiente tivesse que ficar em casa, e não ser participante ativo da sociedade. Daí, buscamos conscientizar as pessoas a respeito disso”, declara Cândido.

Quando questionado a respeito dos avanços do tema desde o surgimento da Secretaria, Davi lembrou que o órgão possui apenas sete anos, mas salientou que já houve muita melhora. “A situação melhorou, a gente pode ver isso na quantidade de pessoas com deficiência matriculadas na universidade. À medida que um aluno deficiente se forma aqui e fala pra outros, esse número vai aumentando.”, completa o pedagogo.


bottom of page