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PetCom realiza V Semana de Publicidade e Propaganda


A V Semana de Publicidade e Propaganda, realizada pelo PET de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), aconteceu entre os dias 03 a 05 de outubro no Instituto de Cultura e Arte, e trouxe como tema "Vigiar// Controlar". O intuito do evento foi gerar reflexões acerca das práticas dos internautas não apenas como usuários, mas como consumidores e produtores de mensagens. A programação contou com exposições, mesas e oficinas.

A terça-feira (03) foi a abertura da V Semana de Publicidade e Propaganda, contando com mesa e exposição. A primeira mesa “ Publicidade de Controle: O que é?”, foi mediada pela professora Glícia Pontes, com a presença dos professores Sylvio Gadelha e Geísa Mattos. As discussões abordaram sobre como se dá essa publicidade de controle, da forma que empresas buscam dados e informações das pessoas para fins comerciais, para que estas sejam atingidas e captadas pelas marcas.

A segunda mesa “Visibilidade é uma armadilha?”, mediada pela professora Soraya Madeira, teve como participações Ricardo Jorge Lucena , professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade da UFC e Paulo Dório, diretor de criação, professor e coordenador de Cursos em Marketing Digital. O debate proposto no espaço girou em torno de questões de privacidade e visibilidade e a maneira como cada vez mais os dados individuais se tornam bens de propriedade pública. Também foram discutidos pontos como: a aceitação das pessoas nas redes, o engajamento das mesmas e a busca constante pelo perfeccionismo. O professor Ricardo, em tom de brincadeira, disse “somos o próprio Big Brother, vigiamos a nossa vida e a do outro”.

Segundo dia de evento

A quarta-feira (04) começou com a palestra "Publicidade de Algoritmos", mediada pelo professor Riverson Rios. O espaço visou retratar a atual imersão da sociedade no mundo digital, e levantou questionamentos como o do fato de estarmos em uma sociedade de controle.

Rafael Costa, professor do curso de Jornalismo, abordou como as redes sociais e ferramentas utilizadas no cotidiano, como o GPS, funcionam como plataformas de coleta de dados do usuário. Como o nível de autonomia que as tais tecnologias possuem estão ligadas ao desenvolvimento de algoritmos, pois, o armazenamento de dados permite a personalização do aparelho utilizado, como o celular, por exemplo.

Além dessas questões, as formas de interação por meio da internet também estiveram na discussão, os novos quadros de experiência social e a visibilidade, o voyeurismo e a vigilância que se intensificam no mundo digital. Entre os vários exemplos, a omissão ao ler os termos de compromisso das plataformas digitais foi enfatizada como falta de cuidados com os dados pessoais. Todo esse processo é baseado em um sistema de retroalimentação em que, os dados obtidos dos usuários retornam como práticas comunicativas.

Quem também esteve presente foi Beatriz Okubo, ex aluna do curso de Publicidade e Propaganda da UFC, a analista de marketing falou a respeito do ofício de indicar o que consumir para o público, e como nesse caminho a comunicação não deve ser mecanizada. Okubo também explicou como a divulgação de empresas na internet dependem dos algoritmos que selecionam o que as pessoas vêem nas redes sociais, e da importância da análise de comentários para a imagem de uma instituição.

Por fim, Beatriz elencou os tópicos "ética, inteligência e estratégia" como fundamentais para o cotidiano do profissional de comunicação que vise respeitar o público consumidor.

JAM Session

A oficina do dia foi uma prática de JAM Session (Jazz after Midnight), originalmente o termo pertence a música, por se tratar de um momento de improvisação e liberdade para os artistas após as apresentações. A prática também pode ser chamada como "rodas de improvisação", como prefere Clarissa Costa, aluna do curso de Dança – UFC, "As Jam sessions têm o termo advindo da música, mas eu prefiro chamar rodas de improvisação, porque a gente admite músicos, pessoas que dançam, pessoas que não dançam mas estão ali a fim de se relacionar e construir algo a partir do acaso" Ao som de teclado, taramim, e sons a partir de objetos encontrados na sala de dança, realizado pelos integrantes do Sila CRVS A.O.A, os participantes tiveram o desafio de interagir com as pessoas por meio de expressões corporais, sem poder utilizar a linguagem verbal. Conforme Clarissa, nas rodas de improvisação é necessário encontrar maneiras de se relacionar que não seja falando, porque, assim, é possível encontra formas de se comunicar com o olhar, através do toque, da respiração. "São muitas maneiras de se comunicar e construir uma linguagem própria daquele momento que talvez não se repita nunca mais. Então, antes de tudo, a comunicação é estar atento a tudo, a cores a sons e não somente pela linguagem"

Último dia

Na quinta-feira (05), a palestra "Redes Sociais e Vigilância" foi realizada pela professora Renata Gomes, sendo debatido o viés que a internet pode ter de ser livre e descentralizada, e como as redes sociais conseguem filtrar características sociais e transformá-las em algoritmos que expressam padrões de comportamento. As bolhas sociais que se formam nessas plataformas foi outro tópico em pauta, pois, o acesso a notícias pode ser selecionado conforme as preferências dos integrantes de um determinado grupo, o que prejudica a pluralidade de ideias e opiniões.

As chamadas "fake news", ou notícias sem credibilidade que são diariamente divulgadas e compartilhadas na internet preocupam pelo impacto negativo que tal distorção pode causar no público leitor, o que conforme Renata, reforça a necessidade se estudar a recepção das informações.

A mesa de encerramento contou com a presença dos professores Ada Kroef, Robson Loureiro e Gabriela Reinado. Com um embasamento da filosofia sobre arte, e sobre como a arte pode ser relacionada com o viver, a professora Ada fez um apanhado de autores inspirados por Nietzsche. Já o professor Robson destacou como, por vezes, as expressões artísticas ficam restritas a um determinado espaço, como setores da universidade, por exemplo.

As falas finais foram recheadas de motivação, sobre a força e protagonismo dos jovens dentro da universidade. Tudo isso foi abordado diante do pensamento de qual o lugar artístico dentro desse contexto social, político e virtual que vivemos atualmente, em que tudo é controlado e vigiado. Ada encorajou os alunos em sua fala para não se limitarem aos mecanismos sociais, principalmente dentro do espaço acadêmico, além pensar criticamente a prática publicitária.


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