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O natural ainda fascina

  • Zeca Lemos
  • 16 de set. de 2017
  • 1 min de leitura

A semana havia sido bastante cheia. Muitas agitações e perturbações na rotina. Sentia que sua vida já não era mais como antes. Agora, tinha medo de seguir, de repensar e de recomeçar.

Temor de perder, cair e de ter seu mundo desabado. Alguma coisa deve ter ficado para trás, antigamente ele sabia exatamente o que fazer.

Já não era mais tão fácil viver. Tantas as dificuldades que tornavam todos os dias dolorosos. Seus olhos ansiavam medo e seus sentidos deixaram de ser fiéis. De tanta pancada que o mundo deu, ele se calejou. Tantos sonhos deteriorados por um mundo tirano.

Como doía ver todos os dias pessoas vazias. Como o angustiava conviver com tanta forma de preconceito. Como era dilacerante ver quem um dia foi sonhador desistindo de mudar o mundo. Já não era mais aquela pessoa tão cheia de esperança.

Final de domingo, tédio imenso. Desilusão extrema com o mundo. Vontade de desaparecer sem ninguém perceber, o tempo havia sido brutal demais. Engoliu todos os seus sonhos e os transformou em dores; sem rumo, parou na Praça Portugal.

Senta na grama e respira. Que saudade daquela boa vibração. Olha para cima e vê as folhas das árvores fazendo um mosaico de cinema. Que lindo. Ainda consegue enxergar beleza nas mais simples paisagens. O natural ainda parece extraordinário. Respira novamente.

Já está mais tranquilo e ávido por viver. Pronto para enfrentar os absurdos da vida de novo, Levanta e sorri. A luta continua, até as perturbações o destruírem para ele se reconstruir mais uma vez.


 
 
 

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