Sonhos e necessidades: o que há por trás dos alunos empreendedores da UFC
- Yohana Capibaribe
- 25 de jun. de 2017
- 3 min de leitura
O empreendedorismo é uma das formas mais comuns para se conseguir renda extra. Isso também é refletido no âmbito universitário, onde muitos alunos vendem produtos pelos campi da universidade. Os objetivos são diversos: alguns vendem para ajudar nas despesas diárias, outros almejam algum projeto particular e usam o dinheiro das vendas para conseguir alcançar objetivos. A atividade de vendas permite aos estudantes continuarem se dedicando integralmente à universidade, reduzindo a evasão dos cursos por motivos financeiros.
O Câmbio foi conhecer algumas dessas histórias para explorar o que há por trás desses jovens realizadores.
LAIO GUIMARÃES
Laio Guimarães (23), estudante do sétimo semestre de Engenharia Civil, começou a se enxergar como empreendedor após participar do “Ciclo de Formação Empreendedora do Centro de Tecnologias”. Quando surgiu a oportunidade de participar de um Intercâmbio na França, ele, em parceria com um colega que produz a mercadoria, começou a vender brownies pelo campus da universidade. Aos poucos, Laio começava a ficar famoso entre os colegas e a ganhar um bom dinheiro com a venda dos doces. Não satisfeito, ele começou a vender cocada e “bem casados”, o que atendia a demanda de quase todos que o procuravam. Infelizmente, a venda de doces não é suficiente para bancar o intercâmbio, mas Laio não se abala por isso, pois se sente bem na função, além de se enxergar como um empreendedor no futuro, “Eu sou muito feliz vendendo, acho muito interessante. Andei conversando com o meu amigo que me fornece brownie sobre a possibilidade da gente formar uma parceria no futuro”.

Foto: CE Tv
PEDRO IGOR
No campus do Pici, UFC, “Bolo de Pote” se tornou mais do que um produto, virou substantivo próprio para Pedro Igor (19): entre os universitários, se conhece mais o Bolo de Pote, vendedor, do que o Pedro, estudante de Engenharia Elétrica, dado o sucesso das pequenas doçuras vendidas por ele. O Bolo de Pote encontra na rapidez da rotina, entre uma aula e outra, tempo para vender os produtos feitos por sua mãe: “geralmente os bolos são produzidos à noite, no dia anterior”, conta, “e como eu passo o dia na faculdade, estudando, fico vendendo em toda hora livre que tenho”. A ideia das vendas veio como sugestão de um amigo, quando a família de Pedro passou por momentos de dificuldades financeiras. Orgulhoso, o estudante comenta sobre a atividade que hoje gera bons lucros e ajuda no próprio sustento: “o bolo de pote é a fonte de renda principal lá em casa”.

Foto: Juliana Teixeira
MARINA MARIA
Ela queria viajar com o namorado, precisava de dinheiro. Foi assim que começou a rotina de vendas de Marina Maria, 18, da filosofia. A estudante já sabia que a UFC seria um bom local para comercializar, já que teve uma experiência como vendedora na época de escola. No colégio, vendia brigadeiro, mas agora precisava de um novo produto, uma ideia. Então, juntou o útil ao agradável e colocou todas as roupas que não utilizava mais à venda — assim surgia o seu brechó. Extrovertida, confessa ser tímida durante as vendas, contudo, quando surge a oportunidade, ganha o cliente pela simpatia. Quanto ao lucro, a viagem foi cancelada, mas o dinheiro é vantajoso para sua vida acadêmica, além de ajudar nas passagens de ônibus, garante a Marina o desejo de todo universitário: “agora, de vez em quando, eu compro coxinha”. A estudante não se vê em um futuro de microempreendedores, seu desejo é só não depender tanto dos pais, mas conta que continuará vendendo, o dinheiro extra é a motivação de Marina.
Os objetivos e os produtos são diversos, mas há algo em comum entre os alunos empreendedores da UFC: na atividade de venda, desenvolvem autonomia, persistência e a vontade de ir além.

Foto: Anna Lia de Carl
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