A outra face da moeda
- Guilherme Conrado
- 29 de mai. de 2017
- 2 min de leitura

No texto publicado no dia 21 de maio aqui, no Câmbio, são explicados os detalhes sobre a especialização em universidades públicas. Após a decisão do STF de permitir a cobrança de taxas para a graduação lato sensu, especialistas opinaram sobre o futuro do aluno após o curso normal de graduação. No texto, professores e coordenadores argumentam o lado positivo dessa pós-graduação paga, e como isso pode contribuir para o desenvolvimento dos cursos e das universidades... Mas será que só há lados positivos nessa moeda?
Perguntei para estudantes prestes a se formarem se não havia em suas salas pessoas que pensam em continuar na Academia após a formatura. Resposta: nenhuma. Muitos já fazem estágio ou trabalham. O pensamento está focado somente em desenvolver a carreira no mercado, garantir um salário, mesmo que mínimo. Estabilidade é o objetivo.
Essa ânsia por encontrar emprego logo depois de se formar afasta o aluno da universidade. Mas, às vezes, esse fator não se apresenta como uma opção e sim uma necessidade. Se a pessoa precisa de uma renda para ajudar a família, não há a opção ‘’só estudar’’. Pensar em uma especialização ou pós-graduação stricto sensu é um luxo.
No Ceará, por exemplo, um MBA (Master Business Administration) de Gestão Empresarial custa cerca de R$ 10 mil à vista em certas universidades privadas. O valor pode chegar a R$ 80 mil à vista em outras instituições no Brasil, dependendo da especialização. Se o fizer, é por uma vaga de emprego sonhada, um salário maior. E a incessante luta de trabalho+universidade continua. A dificuldade de se entregar plenamente aos dois é um dilema. Imagina ser de uma universidade “pública’’ e precisar pagar por esse estudo? O valor recebido no emprego vai todo para a pós.
E a saúde mental, fica aonde? Não fica, simplesmente. Talvez, depois de uns 40 anos, ela volte...
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