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O que vi e ouvi no TEDx Fortaleza

  • Alana Lins
  • 16 de mai. de 2016
  • 4 min de leitura

Foto: Light Panic

TEDx é um programa de eventos locais e independentes criado pelo TED para espalhar ideias boas e relevantes. Com o propósito de reunir pessoas que pensam e agem para gerar transformações, o evento aconteceu domingo (15 de maio) em Fortaleza, no Teatro RioMar, e foi organizado voluntariamente por empresas e colaboradores da nossa capital. Na 4ª edição, o TEDx Fortaleza recebeu aproximadamente 6000 inscrições, o que deu aos organizadores a difícil tarefa de selecionar os 900 participantes. Eu tive o privilégio de participar e conhecer a história de 12 pessoas que mudaram uma pequena parte do mundo quando olharam para ele de um jeito diferente. A seguir, o que vi e ouvi no TEDx Fortaleza.


A arte é libertadora.

Ela liberta a alma da precariedade da vida. Faz um adolescente de 14 anos, que já pensava em dominar o tráfico na própria comunidade e adjacências, aprender a rimar e amar poesia. Se a pedra no meio do caminho de Felipe Rima era o crack, ele a viu a tempo pra não tropeçar. A arte liberta meninos e meninas da falta de perspectiva quando lhes mostra que podem dançar e fazer chorar quem quer que assista, como fizeram as bailarinas e bailarinos da EDISCA num magnífico espetáculo de dança - e de vida.


Estamos patologizando a vida.

Estamos patologizando a dor de perder alguém. Daqui um tempo, o luto poderá ser classificado como uma doença, segundo a psicóloga Sarah Vieira. E isso, claro, não é bom. O luto é esperado, não é doença. Ele necessita ser vivido e “resolvido”. Assim como o amor, é uma experiência que cada um vive de forma diferente e a única maneira de não vivê-lo é não amando. É preciso resgatar a vida e, consequentemente, resgatar a morte. Só é possível viver cada dia, aproveitar cada segundo, quando se tem consciência do outro lado da moeda.


Uma das coisas mais preciosas da vida são os lugares e as pessoas que a gente conhece,

seja velejando por 38 países, como fez João Carlos, seja explorando de verdade a cidade onde vive, como no exercício de afeto por Fortaleza de Maísa Vasconcelos. Perceber a alteridade, seja ela agradável ou incômoda, é o que nos torna mais humanos.


Não existem fronteiras para boas ideias.

Não houve limites para um menino de Alto Santo, chamado Bráulio Bessa, que decidiu juntar, no Facebook, 1 milhão de pessoas orgulhosas do sangue nordestino. Bráulio não só cumpriu o próprio desafio, como provou que a tecnologia pode ser uma grande aliada no resgate da cultura popular, ao difundir os cordéis pelas redes sociais e televisão. Como ele mesmo disse, o cordel fala de tudo. Nada mais atual que isso.


Ninguém deveria querer terminar os estudos.

Não apenas eles, mas principalmente Murilo Gun e André Bello questionaram a metodologia das instituições que são de ensino, mas deveriam ser de aprendizagem. Um modelo industrial, dividido em séries e que não contempla nem valoriza as inteligências múltiplas precisa urgentemente ser modificado. Não há sentido em usar o mesmo método que é anterior à era da informação na qual vivemos. Estudar precisa ser prazeroso e desejado e o método, contextualizado.


O conhecimento não pode ser enclausurado na academia.

Nas participações emocionantes e inspiradoras, os professores doutores Adalberto Barreto e Francisco Irochima mostraram que a principal função do conhecimento é o serviço. Os dois doutores perceberam que a medicina tem que sair dos hospitais e encontrar as pessoas em suas próprias comunidades. E essa ideia se estende às demais áreas do conhecimento. Os dois maiores erros dos acadêmicos são renegar suas raízes e a sabedoria popular e não levar o conhecimento científico adquirido até a população. É nas raízes que se encontra força, é com conhecimento que se evolui. Sem esse equilíbrio, não há cura.


Precisamos aprender a dizer SIM.

Podemos nos surpreender positivamente com situações aparentemente ruins quando experimentamos dizer “sim”. Podemos nos surpreender com nós mesmo quando dizemos “sim” pra quem somos. O humor é esse grande "sim". Uma maneira de olhar a vida, com mais carinho e conectividade, muito bem ensinada por Márcio Ballas e Haroldo Guimarães, entre as infindáveis risadas do público. E foi também com muito humor que Ana Cristina Wolf encorajou todos e todas a falarem “sim” para o próprio corpo - não somente pro visível, mas pro DNA que carregam. A harmonia e a saúde só podem ser alcançadas quando conhecemos e aceitamos o corpo com o qual nascemos, nossas intolerâncias, propensões e alergias. O corpo sarado e a dieta do Instagram não são pra todo mundo e isso não é vergonha. Pra ela sim a gente diz “não”.


A energia de um local cheio de gente ansiosa pra mudar o mundo é inacreditável.

Mesmo com os convidados incríveis, as apresentações isoladas não fazem o evento. O que marca mesmo e é imprescindível é o espírito TED. Aquela vontade de viver de maneira relevante, de fazer algo importante no mundo. O lugar foi pequeno pra conter mais de 900 pessoas cheias de tudo isso. Eram mais de 900 pessoas irradiando ideias, fazendo jus à imagem do caleidoscópio, que inspirou todo o conceito e identidade visual do evento. Alteridade. Essa foi a palavra da vez.


Foto: Light Panic

Foto: Light Panic

Foto: Light Panic

Confira a cobertura fotográfica completa aqui.


 
 
 

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