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Há vagas para: idealistas

  • Alana Lins
  • 25 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Os lambes com a frase “Li e NÃO aceito os termos e condições de uso” estão espalhados pelos arredores do Centro de Humanidades. A frase contraria a ideia de que existe um jeito certo de usar e intervir no espaço público. Essa ação foi promovida pela IV Semana de Publicidade e Propaganda da UFC, que ocorreu de 17 a 19 de novembro e tratou sobre as possibilidades de se pensar a publicidade/propaganda no contexto urbano.

A rua tem muita história pra contar. Não apenas tem muita história, mas pode ser as páginas por onde contá-la. Quais os limites da intervenção urbana? Se há limites? Bem, essa é uma outra (e longa) conversa. Houve quem dissesse que “essa coisa de urbano” já era uma discussão bem “démodé”. Vamos falar sobre o que realmente é fora de moda. Fora de moda é pensar a publicidade trancafiada dentro de uma agência, presa dentro dos softwares e demandando rios de dinheiro para existir. Pensar uma publicidade sustentável e acessível, que se difunde no espaço físico, no offline e não só no online, isso sim, deveria estar na moda (e nunca mais sair)!

Um dos pontos comentados e discutidos durante a SPP foi a dificuldade de enxergar e admitir que a publicidade é capaz de produzir iniciativas benéficas. Há, de nossa parte, uma desconfiança quase doentia de que ela está sempre tentando nos enganar. Desconfiança essa que, claro, não surgiu do nada. Ver ações que causem um bom impacto na sociedade, valorizem comunidades, melhorem determinadas localidades é tão bom pra ser verdade, que soa como mentira. Ver marcas vinculadas à causas sociais é pura jogada de marketing. Perdemos qualquer traço de idealismo. Não há humanidade por trás das máquinas, ou melhor, por trás da marcas. Se repararmos bem, reclamamos da publicidade preconceituosa, estereotipada, mentirosa, mas não aceitamos enxergar uma publicidade “boa”, que olha para o outro. A lógica, obviamente, não é ingênua. Há quem lucre, há quem ganhe visibilidade. E nesse ponto, é necessária criticidade para discernir de onde, e às custas de quem, vem esse lucro. Mas, é preciso saber que existem caminhos para fazer publicidade de forma legítima, cumprindo até mesmo um papel social.

A frase dos lambes colados pelo Benfica se encaixam também nessa questão. Que os publicitários, futuros publicitários e quaisquer outras pessoas que decidam publicizar algo, não aceitem os termos da publicidade que é mera reprodução de técnicas. E para quem ainda não enxerga uma publicidade diferente: talvez seja hora de experimentar produzi-la. O mundo abre vagas para idealistas.

 
 
 

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