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Empreendedorismo que não espera

  • Alana Lins, Leonardo Igor e Mariah Costa
  • 26 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

Foto: Iury Figueiredo / Membros da Rastro, EJ do curso de Publicidade

Uma Empresa Júnior (EJ) é uma associação sem fins lucrativos, formada por estudantes de graduação ou do ensino técnico que desejam ter uma vivência empresarial. A instância que representa as empresas juniores brasileiras é a Confederação Brasileira de Empresas Juniores. No Ceará, das 12 federadas à FEJECE (Federação das Empresas Juniores do Estado do Ceará), 9 são da Universidade Federal do Ceará. Você conhece a dinâmica de uma empresa júnior? Quem é essa galera que já tem começado a empreender dentro da Universidade? E, em meio a tantas grandes empresas, qual é a vantagem de contratar uma EJ? O Câmbio conversou com 4 empresas juniores de cursos da UFC para responder essas e outras perguntas e (importante!) saber como estão encarando a crise financeira que tem afetado todo o país. O resultado foi um apanhado de experiências bem legais de gente que não quer saber dessa história de “profissionais do futuro” e já começa a empreender hoje.

A GTI Engenharia Jr. é vinculada aos cursos de Engenharia de Computação, Engenharia de Telecomunicações e Engenharia de Teleinformática e trabalha com desenvolvimento de sites e sistemas. A GTI presta serviços para outras empresas juniores, para a própria UFC e algumas microempresas, mas todo mundo que precisa de um site pode ser cliente. “Nós não recebemos dinheiro, somos voluntários, e todo dinheiro que entra é voltado pra dentro da empresa, pra treinamento, pra cursos, então a vantagem de trabalhar assim é o custo beneficio. Para as empresas que nos contratam é sempre vantagem, porque a gente sempre ta fazendo treinamento e, além disso, é tudo legalizado, a gente é federalizado, emite nota fiscal e com um valor muito mais baixo do que o cobrado no mercado”, foi o que nos contou Alexandre Almeida, assessor jurídico da empresa.

Ana Paula, diretora-presidente da Rastro, EJ de Publicidade e Propaganda, bastante conhecida pelos alunos de Comunicação, também comentou que a intenção da agência é fomentar o empreendedorismo e a economia local, então o perfil da maioria dos clientes é de pessoas que estão começando o negócio. Ainda assim a Rastro também recebe clientes de médio e grande porte, que querem um serviço com bom preço e qualidade. “Nosso principal produto do portfólio é a identidade visual, mas a gente também faz pesquisa de mercado, campanha publicitária, gerenciamento de mídia, treinamentos... São serviços essenciais para qualquer empresa”.

A experiência nesse ambiente de trabalho em equipe, onde a teoria aprendida nas aulas encontra a prática, e esse contato com o mercado faz surgir em muita gente a vontade de seguir os passos de empreendedor e montar o próprio negócio. Alexandre (GTI) nos contou: “Posso começar uma empresa sem muitos custos, preciso só de um computador e da minha cabeça pra poder programar. Então eu penso sim em empreender, e hoje já começo a pensar isso com alguns colegas”.

Quem também falou com o Câmbio foram a Alana Frota e o Roberto Ramos, diretora-presidente e diretor de comunicação da EJuDi, empresa júnior do curso de Direito. A EJuDi existe há 2 anos e funciona prestando serviços de assessoria e consultoria jurídica, em questões preventivas, que não necessitam de um advogado. E pra quem não consegue visualizar o empreendedorismo em um curso tão sistemático como o Direito, Alana explicou que a equipe quer pensar fora da caixa. “A gente acabou entendendo que o empreendedorismo pode ser encontrado em qualquer área. Saímos com a ideia de que o empreendedorismo é resolução de conflitos, é pensar estrategicamente, fazer uma boa gestão de uma equipe, ter criatividade para obter o melhor resultado, causar um impacto na sociedade que a gente pode acabar causando em qualquer setor que a gente vai”. E Roberto completou: “Alguém empreendedor não precisa necessariamente ser um advogado. Digamos que seja um juiz. Tem tanto juiz que atrasa tantos e tantos processos, só por preguiça de agir ou por não saber gerenciar sua própria vara. E com empreendedorismo, com tantas técnicas que a gente aprende dentro da empresa, ele conseguiria, em tese, dar segmento e ser muito mais efetivo e útil pra sociedade do que seria sem ter tido essa vivência”.

João Pedro, diretor de Marketing da INOVA, empresa de consultoria de negócios formada pelos cursos da FEAAC, explica que enxerga as EJs como facilitadoras, porque tiram os alunos da zona de conforto ainda na graduação, “então você não vai fazer isso só quando sair da faculdade, se você passar por uma EJ. Você já vai ter saído do seu ‘casulo’. E quando o empresário júnior chega lá fora querendo empreender, ele não tem que passar por todo esse auto-conhecimento pra se libertar porque ele já passou por isso na Universidade”.

Quando perguntados a respeito dos efeitos da crise, os entrevistados e entrevistadas foram unânimes, inclusive a diretora de Comunicação da FEJECE, Sophia Maia: mesmo que a crise financeira acabe afetando também as EJs, ela precisa ser vista como uma oportunidade.

“Somos uma prestação de serviços que agrega muito valor a um preço muito baixo e com uma qualidade muito boa, porque são estudantes universitários que estão constantemente atualizados”, conta a diretora da EJuDi. A empresa ainda está no processo de obter confiança e tornar seus serviços mais conhecidos, mas sempre com o objetivo de atender micro e pequenas empresas, que normalmente não teriam acesso a vários serviços que são bem mais caros em empresas maiores.

É assim que João Pedro (INOVA), também encara esse período complicado. “Aquele empreendedor ou pequeno empresário que tem em mente melhorar perante a crise pode não ter como contratar um serviço mais caro que o nosso. E é aí que a gente entra! Dos 9 projetos que a INOVA possui atualmente, 4 são pra novos negócios”.

Além desse, existem muitos outros desafios a serem enfrentados, como o de conquistar espaço no mercado e de reafirmar constantemente perante a sociedade e os próprios clientes a importância do serviço prestado. Mas uma coisa é certa, a experiência proporciona uma enorme bagagem e faz muita gente se encontrar dentro da profissão. A força e proatividade dos empresários juniores torna real o lema do MEJ: Ser júnior agora, para ser gigante sempre!


 
 
 

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