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Um novo jornalismo


Foto: Iury Figueiredo

No cenário de profundas reflexões e mudanças que os 50 anos do curso de Jornalismo traz, o atual currículo do curso é assunto recorrente entre os estudantes da área. O processo de discussão da grade curricular do Jornalismo teve início em 2013, quando foram homologadas as novas diretrizes curriculares do curso. No mesmo ano foi formada uma comissão com seis professores e dois estudantes com a finalidade de pensar a reforma curricular.

No atual currículo há um bom enfoque para a formação humanística, com disciplinas como Formação da Sociedade Brasileira, Introdução à Filosofia e à Sociologia e Ética e Legislação logo nos primeiros semestres, antecedendo até mesmo o ensino das técnicas. "Considero genial a formação teórica do curso, pois possibilita ao comunicador uma visão ampla do seu fazer e do papel transformador que a comunicação possui”, relata Daniel Macêdo, estudante do 6º semestre de Jornalismo. Outro ponto importante é a oferta de diversas cadeiras optativas, o que possibilita uma enorme troca de conhecimentos entre pessoas de cursos diferentes ou de semestres diferentes do próprio curso.

Para Daniel e para Nathanael Figueiredo, estudante do 7º semestre de Jornalismo, a parte técnica precisa ser replanejada. Segundo Nathanael, o jornalismo pede profissionais “multitarefas” e bem qualificados e o ideal seria treinar com intensidade todas as técnicas na própria Universidade, por meio dos laboratórios. No entanto, a impossibilidade de cursar mais de um laboratório prejudica um pouco os estudantes. Daniel Macedo opina dizendo que a parte técnica é isolada e pouco dialoga com a proposta de formação teórica do curso. “É preciso pensar a parte técnica enquanto espaço de experimentação, inovação e contato com as possibilidades diversas permitidas por cada canal de comunicação.”, afirma.

Atualmente, os alunos não participam mais da comissão responsável pela modificação do currículo, pois o DA do curso não conta com uma gestão formal, ou seja, não há representatividade oficial do corpo discente. No entanto, “se os estudantes formalizarem, em um abaixo assinado com tantas assinaturas, referendando o nome ‘desses dois estudantes’ pra participar, mesmo sem ter uma gestão formal do DA, a gente pode receber esses estudantes. Mas eles têm que ter alguma legitimidade pra representação”, explica o coordenador do curso, Edgard Patrício.

Para a comissão, a atual estrutura curricular do Jornalismo é uma boa proposta, mas alguns pontos precisam ser atualizados, como o fato de a matriz atual ainda estar muito voltada para a especificidade do suporte. Dentro da atual discussão no Jornalismo sobre o processo de convergência, isso deverá ser repensado. “A gente vem analisando as matrizes curriculares de outros cursos que já implementaram a sua reforma curricular, por exemplo, a Universidade Regional de Blumenau, que foi o primeiro curso no Brasil que já foi implantado a partir do texto das novas diretrizes, em 2014. Estamos buscando uma série de subsídios pra fazer essa reforma do ponto de vista mais participativo e que possa dar conta das transformações por que vem passando o Jornalismo atualmente”, complementa Edgard.


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